O conhecimento tem cheiro, gosto, cor… Alma!
É meu, seu… É nosso e não pertence a ninguém
Como as paredes da escola, erguida para ser de todos
Só o são se dançam, vivas, no pensamento dos que nela habitam
Não façam da educação um fardo…
Um saco, uma mala, um depositário
Não façam do tempo de estar na escola um martírio
Nem da sa-la de au-la um cárcere
Eu quero e sempre desejei a escola viva…
A escola vida, lida, sentida e reescrita
Degustada como doce de avó, recheada de sabor e afeto
E quem ainda acha impossível ser assim, não sabe
Que “filou” a matéria mais importante
E ficou pendurado nos exames para ser gente
Em meio às famigeradas notas vermelhas
Divagando nos pontos perdidos por mau comportamento
Quem valida a escola onde nada vinga?
Sem sabor, sem mistura… asséptica e insossa?
Eu prefiro ser a ovelha negra que duvida
Que incomoda e (se) reinventa
E ri das verdades prontas
Eu prefiro vestir-me de infância e permanecer mudando
Para sempre aprendendo com a sabedoria das crianças
Apesar da horda lamuriante e conivente
Dou as mãos aos que, como eu, ainda sentem
Ardem, sofrem, e não desistem
Que viceje em nós o desejo, sempre
Humanos, viscerais, apaixonados… Professores!
Ana Beatriz Araújo
Ano 2013