Às vezes a vida nos traz algo de novo. E o novo é um verdadeiro nó: a gente não entende o que é, nem porque surgiu na nossa vida. O nó está ali, e à primeira vista parece apertado, duro de desatar. Parece que nada do que a gente sabe, do que a gente aprendeu ao longo da vida, serve para desfazer o nó. Nó de marinheiro, só para bagunçar nosso coreto, nos tirar da nossa acomodação, da nossa paz.
A vida nem estava tão boa assim antes do nó. A gente nem estava tão satisfeito assim, antes dele aparecer. E ainda mais essa! A gente fica ali, olhando para ele e ele para a gente, e sabe que depois de um tempo a gente cansa só de olhar e se aproxima? E o foco muda… E a gente parece que começa a enxergar melhor.
Olhando bem, assim, mais de perto, o nó já não parece tão ruim. E a vida da gente, antes do nó, também já não parece tão boa assim… Será que já não é hora de mudar? De experimentar? De conhecer?
E então a gente toma coragem e toca o nó, sente a textura da fita, admira a cor. Puxa o nó mais para perto, tira-o da sombra do nosso preconceito e vê que ele, na verdade, não é só ponta e amarração. Há algo mais que ele pode ser, há algo em que ele pode se transformar. Depende da gente…
E assim, conhecendo o nó, experimentando e arriscando, a gente desata o nó, ata de novo, faz de outra forma e, de repente… O nó não é mais só nó: o nó vira um laço e a vida ganha um coloridinho a mais, porque a gente se permitiu inventar e se reinventar a partir de algo que, antes, parecia ser um problema.
Que nó você vai transformar em laço hoje?
Ana Beatriz Araújo
Ano 2014