Frequentemente vejo educadores se queixando da falta de compromisso e participação dos pais no processo de aprendizagem dos filhos, sobretudo daqueles com alguma questão específica do neurodesenvolvimento:
– A família só quer deixar aqui e sair!
– A mãe quer que eu dê conta do comportamento! Mas ela não dá limite…
– O pai pega na mão do menino e me traz a atividade toda bonitinha, não tem jeito!
– Eu não sei mais o que fazer com essa mãe que não me ajuda, vive infantilizando o menino…
Já pensou que a maioria destas situações pode se dar porque a família simplesmente não sabe como fazer diferente?
É preciso, antes de tudo, ponderar. Quando afirmo que o trabalho para a inclusão escolar começa “com” e “na” família, é disso também que estou falando.
Acolher…
Escutar…
Orientar os pais.
– Mas, Bia, tem mãe que não aceita! Tem família que é resistente…
Eu sei. Já passei por isso várias vezes. E nada me impediu de seguir tentando. Nada me impediu de fazer a minha parte.
Tenho, na minha bagagem, histórias de famílias que levaram meses, até mesmo, anos para despertar, compreender e aceitar as orientações.
Tenho famílias que chegaram brigando, doídas, machucadas pelo processo, pela exclusão, pelas mazelas da vida…e mudaram. E, o que é melhor, famílias que perceberam a importância da mudança e seguiram apoiando seus filhos.
Estas costumam ser as mais engajadas – e as mais agradecidas.
Não é só o aluno que precisa de nós. A família necessita ser orientada, se reencontrar no seu papel e fazê-lo bem. Mas, para isso, a família precisa de mim, de nós. A família precisa de você!
Você tem orientado a família do seu aluno com deficiência quanto às atividades propostas para ele? Quanto às suas possibilidades de aprendizagem? Você tem, para além das queixas, sinalizado os avanços que ele vem alcançando?
Nossos alunos, NOSSAS FAMÍLIAS! Pense nisso, baixe a guarda e abra os braços.
Se precisar de ajuda, estou por aqui.
Sigamos!🌻