Por que é tão complexo avaliar nossos alunos?
O entrave não está na deficiência… Está na nossa concepção de avaliação!
Aprendemos que testagem é avaliação. Não é!
Uma prova não avalia ninguém, é apenas um instrumento de testagem, de aferição do quanto o aluno consegue resgatar da memória sobre um conteúdo X num tempo determinado. Se ele aprendeu ou não, importa o quanto ele responde naquele dia, da maneira que é esperada.
Se o aluno não está bem – física ou emocionalmente – isso não é considerado; é um dado que não aparece na nota, a não ser para rebaixá-la.
Se o aluno tem dificuldade em responder no modelo que é imposto (como no caso de provas subjetivas para quem tem mais afinidade com provas objetivas e vice-versa), ele não se sai bem e pronto! Onde fica o respeito aos estilos de aprendizagem?
Quase a totalidade das formas de “avaliação” são pautadas na leitura e escrita: a prova é lida, o questionário é lido, a redação é escrita, o trabalho de pesquisa idem. E quando o aluno não lê com proficiência? E quando não domina o código escrito? A maioria de nossos alunos com deficiência intelectual, na maior parte do tempo da vida escolar, se encontra neste contexto. E a análise dos procedimentos, os indícios de aprendizagem que eles revelam através deles, onde ficam?
Professor, assim como você repensa suas estratégias para que o aluno com deficiência acesse as informações e interaja com o objeto do conhecimento, REPENSE A AVALIAÇÃO, RECONHECENDO-A COMO PROCESSO!
Ancore sua avaliação na observação dos procedimentos que o aluno realiza, a partir dos desafios que você lhe propõe, no contexto da sala de aula, tendo como norteadores os objetivos que você traçou no curto, médio e longo prazo. OPORTUNIZE, OBSERVE E REGISTRE.
Se o bom professor é o que reprova, o bom remédio é o que mata!
Sigamos! Nossos alunos merecem mais de nós! 🌻